29.12.04

We are the world

Esta música tornou-se um marco em minha vida. Quando foi divulgada ao mundo, eu era uma adolescente "em final de carreira" e do tipo “filinha de papai” que só enxergava a ponta do meu nariz e era verdadeiramente alienada aos problemas sociais e condição que muitos (sobre)viviam.

Mas me choquei ao assistir o vídeo clipe e aos documentários na TV, não só mostrando a fome e a miséria lá fora, como a do nosso País. Caí na real e passei a fazer a minha parte, mesmo que pouquinho, mesmo que criticada, mas faço o que posso e como posso.

Eu deveria ter postado esta música na noite de Natal em resposta aos radicais pessimistas que dizem ter o “pé no chão”, aos que não param pra pensar um pouco no próximo e aos que acham que desejar o bem de terceiros não lhes acalenta, que não lhes dá força pra lutar contra a condição em que (sobre)vivem e que desejar é pura hipocrisia e/ou demagogia.

Mas uma coisa eles estão certos, não basta só desejar. Pois desejar não satisfaz a fome biológica e não aquece quem tem frio. Mas desejar é o primeiro passo para se realizar um sonho.

Eu desejo ...
NÓS SOMOS O MUNDO
Chega um momento, quando ouvimos uma certa chamada
Quando o mundo tem que vir junto como um só
Há pessoas morrendo
E está na hora de dar uma mão a vida
O maior presente de todos
Nós não podemos continuar fingindo todos os dias
Que alguém, em algum lugar irá mudar
Todos nós somos parte da grande família de Deus
E a verdade
Você sabe que o amor é tudo que nós precisamos

Nós somos o mundo, nós somos as crianças
Nós que fazemos um dia mais brilhante
Assim comecemos nos dedicando
Há uma escolha que nós estamos fazendo
Nós estamos salvando nossas próprias vidas
É verdade que nós faremos um dia melhor, só você e eu

Lhes envie seu coração assim eles saberão que alguém se preocupa
E as vidas deles serão mais fortes e independentes
Como Deus nos mostrou transformando pedras em pão
E por isso todos nós temos que dar uma mão amiga
Quando você está acabado, e não aparece nenhuma esperança
Mas se você acredita que não há nenhum modo que nós faça cair
Nos deixa perceber que uma mudança só pode vir
Quando nós nos levantamos junto como um só

Nós somos o mundo, nós somos as crianças
Nós que fazemos um dia mais brilhante
Assim comecemos nos dedicando
Há uma escolha que nós estamos fazendo
Nós estamos salvando nossas próprias vidas
É verdade que nós faremos um dia melhor'
Só você e eu.
Nós Somos o Mundo (Tradução do original "We are the World")
Música e letra de Michael Jackson & Lionel Ritchie
Usa For Africa

10.12.04

Agradecimento



Na incerteza da vida vivida, vem a dúvida me assombrar.
Será que vivo esta vida como ela quer ser vivida ou mudo esse leito de rio.
Quantas vezes me sinto perdido, sem rumo nem direção.
Olho para o céu, olho para o chão e percebo a minha presença.
Sem compreender o que faço aqui, para que estou ou mesmo quem sou.
Nas perguntas que me faço apenas uma certeza ficou.
Enquanto me pego pensando nas certezas e incertezas, no certo e errado,
No bom e no mau , deixo de viver os momentos da minha vida.

Percebo então a importância que se deve dar ao momento presente.
Pois como o nome mesmo diz é assim que devemos sentir.
Aceitar de coração, e viver intensamente.
Agradecendo a Deus por nos dar esse presente.
Receber com alegria essa oportunidade de ser e estar.
Aprender, mostrar, e sempre amar...
Que alegria percebo fluir do centro do meu ser ao constatar que a consciência aflora.

Sem me importar com a demora, apenas valorizar o agora.
Então me coloco á disposição dessa pessoa que sou.
Dando o merecido valor para a vida que me passa e me foi ofertada.
Com amor no coração posso perceber a grandeza e a beleza desse grande Universo.
Aonde o Senhor com sua magnânima presença vem nos ofertar.
Com a vida, o amor, crescimento e evolução.
Obrigado SENHOR!

Psicografado por Rubia Galante

9.12.04

A arte da espada



Há muitos séculos, na época dos samurais, foi escrito no Japão um texto sobre a arte espiritual de manejar a espada: "A compreensão impassível" - também conhecido como O Tratado de Tahlan, nome de seu autor (que era ao mesmo tempo um mestre de esgrima e um monge zen). Adaptei a seguir alguns trechos:

Mantendo a calma
Quem compreende o sentido da vida sabe que nada tem início e nada tem fim, e portanto não fica angustiado. Luta pelo que acredita sem tentar provar nada a ninguém, guardando a calma silenciosa de quem teve a coragem de escolher seu destino.
Isso vale para o amor e para a guerra.

Deixando o coração estar presente
Quem confia no seu poder de sedução, na capacidade de dizer as coisas na hora certa, no uso correto do corpo, fica surdo para " a voz do coração". Esta só pode ser escutada quando estamos em perfeita sintonia com o mundo a nossa volta, e jamais quando nos julgamos o centro do universo.
Isso vale para o amor e para a guerra.

Aprendendo a ser o outro
Estamos tão centrados naquilo que julgamos ser a melhor atitude, que esquecemos algo muito importante: para atingir nossos objetivos, precisamos de outras pessoas. Portanto, é necessário não apenas observar o mundo, mas imaginar-se na pele dos outros, e saber como acompanhar seus pensamentos.
Isso vale para o amor e para a guerra.

Encontrando o mestre correto
Nosso caminho irá cruzar sempre com muita gente que, por amor ou por soberba, quer nos ensinar algo. Como distinguir o amigo do manipulador? A resposta é simples: o verdadeiro mestre não é aquele que ensina um caminho ideal, mas o que mostra ao seu aluno as muitas vias de acesso até a estrada que ele precisará percorrer para encontrar-se com seu destino. A partir do momento em que encontra esta estrada, o mestre não pode mais ajudá-lo, porque seus desafios são únicos.
Isso não vale nem para o amor, nem para a guerra - mas sem compreender este item, não chegaremos a lugar nenhum.

Escapando das ameaças
Pensamos muitas vezes que a atitude ideal é dar a vida por um sonho: nada mais errado que isso. Para atingir um sonho, precisamos conservar nossa vida, e portanto é obrigatório saber como evitar aquilo que nos ameaça. Quanto mais premeditarmos nossos passos, mais chances temos de errar - porque não estamos levando em consideração os outros, os ensinamentos da vida, a paixão, e a calma. Quanto mais acharmos que temos o controle, mais estaremos distantes de controlar qualquer coisa. Uma ameaça não dá avisos, e uma reação rápida não pode ser programada como um passeio durante a tarde de domingo.
Portanto, se você quiser entrar em harmonia com o seu amor ou com o seu combate, aprenda a reagir rápido. Através da observação educada, não deixe que a sua suposta experiência de vida o transforme em uma máquina: use esta experiência para escutar sempre a "voz do coração". Mesmo que não esteja de acordo com o que esta voz está dizendo, respeite-a e siga seus conselhos: ela sabe o melhor momento de agir, e o momento de evitar a ação.
Isso também vale para o amor e para a guerra.

Paulo Coelho
Comentários e adaptação
www.warriorofthelight.com

7.12.04

Lembre-se...


Se você se aborrece porque não dorme bem,
Lembre-se da família sem teto e sem uma cama para repousar.

Se você se desespera ao ficar preso no trânsito,
Lembre-se daqueles que sonham ter um carro para dirigir.

Se você tem dias amargos em seu trabalho,
Lembre-se dos desempregados que gostariam de estar no seu lugar.

Se você sofre com o fim de um relacionamento amoroso,
Lembre-se de quem nunca soube o que é amar e ser amado.

Se você é atingido pelo tédio aos sábados e domingos,
Lembre-se daqueles que em muitas partes do mundo trabalham 12 horas por dia, 7 dias por semana, para alimentar a família.

Se você pragueja quando seu carro quebra a quilômetros de distância da assistência mais próxima,
Lembre-se do paraplégico que adoraria fazer essa caminhada.

Se ao olhar-se no espelho você examina seus cabelos e se aborrece ao ver mais um fio de cabelo branco,
Lembre-se do paciente químico de câncer que gostaria de ter cabelos para examinar.

Se você se sente vazio e pensa:
"Afinal o que é a Vida? Qual é o meu propósito?",
Lembre-se daqueles que se foram prematuramente e não tiveram a oportunidade de fazer-se essas perguntas.

Se você se sente vítima da ignorância, da amargura, da mediocridade e das inseguranças de alguns,
Lembre-se que poderia ser pior se você fosse um deles.

Se você se sente deprimido com sua aparência, como se ausência de beleza fosse algum tipo de doença,
Lembre-se de que não há cura para AIDS ...


Autor Desconhecido

Bjs


23.11.04

O Mundo Para Todos


Hoje recebi este texto de uma amiga e simplesmente arrepiei-me ao lê-lo.

Esse texto foi a resposta do Senador Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal e Ministro da Educação do governo de Fernando Henrique, durante debate em uma Universidade nos Estados Unidos (out/2000), quando foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

Ao meu ver o Senador Cristovam Buarque não deu um tapa com luva de pelica, ele deu um soco ao pé de cada ouvido e na boca do estomago dos insensatos que acham que podem entrar em nossa casa sem pedir licença e levar tudo que temos por se acharem donos do mundo. Esse tema não é um fato novo, pelo contrário, essa lenga-lenga já rola a uns bons anos e infelizmente ainda vai rolar, pois a ganância dos ditos poderosos é maior que a suposta guerra deles pelo bem estar da humanidade.

Pois bem os que me conhecem pessoalmente, sabem que não sou à favor de nenhuma organização política partidária e/ou religiosa, mas não posso deixar de aplaudir de pé, o Senador Cristovam Buarque e faço as dele as minhas palavras.

Bjs


O MUNDO PARA TODOS

Durante debate recente, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha.
De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da Humanidade.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um pais. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o pais onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia.
Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.

Cristovam Buarque

Cristovam Buarque, é Professor da UNB, autor do livro "A cortina de ouro".
Esse texto foi publicado pelo jornal O Globo, Opinião, no dia 23 de outubro de 2000 e a transcrição foi feita por Kleuber Matta.

21.11.04

Eu sou eu, você é você


Ai ai ai... Quem um dia não passou por isso que atire a primeira pedra nos apaixonados de plantão. Podem começar que já coloquei meu capacete...

C’est la vie mes ami, c’est la vie...
Baisers

Na volúpia de preencher as lacunas da carência, de consumar o sonho do encontro, o ser desejante, sempre à mercê do acaso, defronta-se súbito com o objeto de desejo, num encontro sem procura com quem tanto procurava. E com gana morde a maçã que se oferece na passagem. Irrompe a euforia inesperada que balança tudo, desarruma tudo, tira tudo da ordem. Na vertigem do redemoinho, a lucidez se dilui no jogo diabólico da sedução desenfreada e a vontade de posse dança um minueto com a necessidade de entrega.
Aconteceu o imprevisto mais esperado. Há que faltar à festa, renunciar à viagem, adiar encontros. Amigos não entendem, olham com velada censura, talvez com ciúme ou inveja. Para o ser desejante, tudo é deslumbramento, encantamento, exaltação e disposição para a aventura. Olhos radiantes brilham como estrelas, sorrisos cálidos iluminam os rostos, é luminosa a beleza dos corpos, e tudo que deles emana, do perfume ao suor. Loucura!
E cada um quer fazer de si o delírio do outro, quer ser a própria concretização do sonho do outro. Na paixão, o ser se explica, se entende, se justifica no mundo, e busca no outro a plenitude. Ah, vontade de falar de si! Vontade de beber as palavras do outro! Ah, vontade irreprimível de contar, de espalhar aos quatro cantos! O apaixonado sente, vive e enlouquece com a paixão.
Emoções transbordam, extrapolam, transcendem. A paixão não tem medidas. A paixão é barroca. Para o apaixonado, cada coisa tem sentido, qualquer coisa ganha sentido, tudo faz sentido, e a unidade dos sentidos provoca súbitos arrepios de plenitude. Apaixonado ouve ópera (a paixão é operística!) Vê filmes épicos (é épica também!) Toma champanhe na cama (é deliciosamente extravagante!).
Mas a paixão é também ouvir música brega, tomar pilequinho, dançar coladinho e ler poesia derramada. Mandar flores, telefonar a cada hora, guardar retrato na carteira e chicletes no bolso. Escanhoar, maquiar, mudar o guarda-roupa, marcar férias, passear de mãos dadas após a chuva, sentir o cheiro de terra molhada, colher flores silvestres, ouvir passarinho. Há ternura no gesto, humor na frase, sensualidade no toque e euforia na dança do universo. Apaixonado desenha o futuro no impulso de ser feliz.
O que pensam da paixão os apaixonados? Ora, não pensam nada. Tivessem tempo, talvez gostassem de entender o que é a paixão e o delírio que a embala; saber por que esta pessoa e não outra. Celebrar o destino que os uniu. Porém, apaixonados não querem entender nada. Não sabem se desejam o outro por esta ou aquela razão e paixão tem lá razão? Desejam por tudo ou por nada. Mas desejam completamente. Impossível classificar o objeto da paixão, ele é único, não cabe na moldura de um adjetivo, e existe apenas para atender o ser desejante. O apaixonado gosta de estar apaixonado pela sua paixão. E isso é tudo.
Aos poucos, a palavra vai se tornando desnecessária, vai sendo substituída por murmúrios e afagos, por sorrisos e carinhos, olhos que se devoram, mãos que se apertam, quase em silêncio. Dizem sim a tudo, ficam cego ao mundo e devotam-se um ao outro. Encontram-se num abraço, no qual cada um sente que abraça tudo o que deseja do mundo. E no beijo, repetem Diderot: "Inclina teus lábios sobre os meus e que ao soltar-se da minha boca vá contigo a minha alma". É êxtase, desfalecimento, aniquilamento.
Imprevisíveis e misteriosas são as armadilhas da paixão. Na volúpia insana de ser tudo o que falta ao outro, um lança ao abismo do outro. Total entrega de um ser ao outro, abandono de um ser no outro e o faz com tal ímpeto que, se falha o outro e não o acolhe, pode não resistir, não se retomar e se perder a paixão tanto infla de vida o apaixonado que parece prenunciar o desenlace, como o sol do meio-dia é grávido de crepúsculo.
Se ao contrário, encontra braços que o acolha, eis a doação de um ser ao outro, a rendição de um ser por outro, a diluição de um ser no outro. Apaixonados se imbricam, se penetram, se desvanecem na paixão. A comunhão plena e absoluta transforma dois corpos em um ser.
O apaixonado rendido sente que caiu na armadilha, debate-se e vai se afundando no poço com limo nas bordas. Sem entender o que aconteceu, intui que nele algo rompeu-se: coisa miúda, um gesto, uma roupa, um objeto, uma frase palavras são cacos de vidro; descuidou-se, o sangue brota. Aos teus olhos, o outro torna-se um estranho, e desaba do Olimpo à vala comum. Se falhou, não é Deus, é apenas mortal. E o ser desejante desapaixona-se enlutado.
Paixão é estado de euforia perpétua, de ser não sendo, a que só os deuses resistem. Que os mortais desejantes encontrem no amor o bálsamo para as feridas da paixão. E eis Clarice Lispector, alçada, por justiça e glória, a oráculo: Eu sou eu, você é você. É certo. Vai durar.

Alcione Araujo
Jornal Estado de Minas

19.11.04

Usem Filtro Solar



Filtro solar nasceu por acaso. A caminho da redação do Chicago Tribune, a jornalista Mary Schmich pensava a respeito do quanto é comum nos sentirmos frustrados diante da grande diferença que existe entre a vida que levamos e a que gostaríamos de levar.
Seguindo essa inspiração, ela escreveu um texto e fingiu que o usaria em uma hipotética formatura da qual seria oradora. Filtro solar foi publicado em sua coluna e, dois meses depois, o texto circulava pela Internet.
Alguém o copiou do jornal e atribuiu sua autoria ao escritor americano Kurt Vonnegut, o que se tornou mais um caso na polêmica questão dos direitos autorais na rede.
E foi desse jeito que Filtro solar ficou conhecido no mundo todo e virou símbolo de otimismo e inspiração.
Deixe-se levar também pela simplicidade e beleza da mensagem.

Bjs



Senhoras e senhores...
Usem filtro solar.
Se pudesse dar um conselho em relação ao futuro diria: "Usem filtro solar".
Os benefícios, a longo prazo, do uso do filtro foram cientificamente comprovados. Os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência.

Eis aqui um conselho:
Desfrute do poder e da beleza da juventude.
Oh, esqueça! Você só vai compreender o poder e a beleza da juventude quando já tiverem desaparecido.
Mas acreditem em mim. Dentro de vinte anos, você olhará suas fotos e compreenderá, de um jeito que não pode compreender agora, quantas oportunidades se abriram para você eram realmente fabulosas.
Você não é tão gordo quanto você imagina.
Não se preocupe com o futuro.
Ou se preocupe, se quiser, sabendo que a preocupação é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de álgebra mascando chiclete.
É quase certo que os problemas que realmente têm importância em sua vida são aqueles que nunca passaram por sua mente, tipo aqueles que tomam conta de você às quatro da tarde em alguma terça-feira ociosa.
Todos os dias, faça alguma coisa que seja assustadora.
Cante!
Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável.
Não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação a você.
Relaxe!
Não perca tempo com inveja.
Algumas vezes você ganha, algumas vezes você perde.
A corrida é longa e, no final, tem que contar só com você.
Lembre-se dos elogios que recebe.
Esqueça os insultos. (Se conseguir fazer isso, me diga como.)
Guarde suas cartas de amor.
Jogue fora seus velhos extratos bancários.
Estique-se!
Não tenha sentimento de culpa se não sabe muito bem o que quer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham, aos 22 anos, nenhuma idéia do que fariam na vida.
Algumas pessoas interessantes de 40 anos que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja gentil com seus joelhos. Você sentira falta deles quando não funcionarem mais.
Talvez você se case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos 40, talvez dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento.
O que quer que faça, não se orgulhe nem se critique demais.
Todas as suas escolhas tem 50% de chances de dar certo. Como as escolhas de todos os demais.
Curta seu corpo da maneira que puder.
Não tenha medo dele ou do que outras pessoas pensem dele. Ele é seu maior instrumento.
Dance, mesmo que o único lugar que você tenha para dançar seja sua sala de estar.
Leia todas as indicações, mesmo que você não as siga.
Não leia revistas de beleza. A única coisa que elas fazem é mostrar você como uma pessoa feia.
Saiba entender seus pais. Você nunca sabe a falta que vai sentir deles.
Seja agradável com seus irmãos. Eles são seu melhor vínculo com seu passado e aqueles que, no futuro, provavelmente nunca deixarão você na mão.
Entenda que amigos vão e vem, mas que há um punhado deles preciosos, que você tem que guardar com carinho.
Trabalhe duro para transpor os obstáculos geográficos da vida, porque quanto mais você envelhece tanto mais precisa das pessoas que conheceram você na juventude.
More na cidade grande, mas mude-se antes que a cidade transforme você em uma pessoas dura.
More no interior, mas mude-se antes de tornar-se uma pessoa muito mole.
Viaje!
Aceite certas verdades eternas: os preços sempre vão subir; os políticos são todos mulherengos; você também vai envelhecer.
E quando envelhecer, vai fantasiar que quando você era jovem, os preços eram acessíveis, os políticos eram nobres de alma e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite as pessoas mais velhas.
Não espere apoio de ninguém.
Talvez você tenha uma aposentadoria.
Talvez tenha se case com alguém rico.
Mas, você nunca sabe quando um ou outro pode desaparecer.
Não mexa muito em seu cabelo.
Senão, quando tiver quarenta anos, vai ficar com a aparência de oitenta cinco.
Tenha cuidado com as pessoas que dão conselho, mas seja paciente com elas.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Dar conselhos é uma forma de resgatar o passado da lata do lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por um preço maior do que realmente vale.
Mas, acreditem em mim quando eu falo do filtro solar.


Mary Schmich
Colunista do Chicago Tribune


16.11.04

Mulher x Homem

M = Mulher
H = Homem

(Entra em casa...)
M - Oi!
H - Oi!
M - Trabalhou muito?
H - Sim.
M - Tá cansado?
H - Um pouco.
M - Toma um banho!
H - Vou sim... preciso....... (Banho.)
M - Ué... vai sair?
H - Vou dar uma volta.
M - Sozinho?
H - É... sozinho.
M - Vai aonde?
H - Por aí.
M - Sozinho?
H - É.
M - Certeza?
H - Sim.
M - Quer que eu vá com você?
H - Não... pode deixar... prefiro ir sozinho.
M - Vai sozinho andar pela cidade?
H - É.
M - De carro?
H - Sim.
M - Tem gasolina?
H - Sim... coloquei.
M - Vai demorar?
H - Não... coisa de uma hora.
M - Vai a algum lugar específico?
H - Não... só rodar por aí.
M - Não prefere ir a pé?
H - Não... vou de carro.
M - Traz um sorvete pra mim!
H - Trago... que sabor?
M - Manga.
H - Ok... na volta eu passo e compro.
M - Na volta?
H - Sim... senão derrete.
M - Passa lá, compra e deixa aqui.
H - Não... melhor não! Na volta... é rápido!
M - Ahhhhh!
H - Quando eu voltar eu tomo com você!
M - Mas você não gosta de manga!
H - Eu compro outro... de outro sabor.
M - Aí fica caro... traz de cupuaçu!
H - Eu não gosto também.
M - Traz de chocolate... nós dois gostamos.
H - Ok! Beijo... volto logo...
M - Ei!
H - O que?
M - Chocolate não... Flocos...
H - Não gosto de flocos!
M - Então traz de manga prá mim e o que quiser pra você.
H - Foi o que sugeri desde o começo!
M - Você está sendo irônico?
H - Não... tô não! Vou indo.
M - Vem aqui me dar um beijo de despedida!
H - Querida! Eu volto logo... depois.
M - Depois não... quero agora!
H - Tá bom! (Beijo.)
M - Vai com o seu ou com o meu carro?
H - Com o meu.
M - Vai com o meu... tem cd player... o seu não!
H - Não vou ouvir música... vou espairecer...
M - Tá precisando?
H - Não sei... vou ver quando sair!
M - Demora não!
H - É rápido... (Abre a porta de casa.)
M - Ei!
H - Que foi agora?
M - Nossa!!! Que grosso! Vai embora!
H - Calma... estou tentando sair e não consigo!
M - Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém?
H - O que quer dizer?
M - Nada... nada não!
H - Vem cá... acha que estou te traindo?
M - Não... claro que não... mas sabe como é?
H - Como é o quê?
M - Homens!
H - Generalizando ou falando de mim?
M - Generalizando.
H - Então não é meu caso... sabe que eu não faria isso!
M - Tá bom... então vai.
H - Vou.
M - Ei!
H - Que foi, cacete?
M - Leva o celular, estúpido!
H - Prá quê? Prá você ficar me ligando?
M - Não... caso aconteça algo, estará com celular.
H - Não... pode deixar...
M - Olha... desculpa pela desconfiança... estou com saudade... só isso!
H - Ok meu amor... Desculpe-me se fui grosso. Tá.. eu te amo!
M - Eu também!
M - Posso futricar no seu celular?

H - Prá quê?
M - Sei lá! Joguinho!
H - Você quer meu celular prá jogar?
M - É.
H - Tem certeza?
M - Sim.
H - Liga o computador... lá tem um monte de joguinhos!
M - Não sei mexer naquela lata velha!
H - Lata velha? Comprei pra a gente mês passado!
M - Tá.. ok... então leva o celular senão eu vou futricar...
H - Pode mexer então... não tem nada lá mesmo...
M - É?
H - É.
M - Então onde está?
H - O quê?
M - O que deveria estar no celular mas não está...
H - Como!?
M - Nada! Esquece!
H - Tá nervosa?
M - Não... tô não...
H - Então vou!
M - Ei!
H - Que ééééééé?
M - Não quero mais sorvete não!
H - Ah é?
M - É!
H - Então eu também não vou sair mais não!
M - Ah é?
H - É.
M - Oba! Vai ficar comigo?
H - Não vou não... cansei... vou dormir!
M - Prefere dormir do que ficar comigo?
H - Não... vou dormir, só isso!
M - Está nervoso?
H - Claro, porra!!!
M - Por que você não vai dar uma volta para espairecer?



Luis Fernando Veríssimo


Não sei por que, mas aho que já vi este filme.... rs rs rs
Bjs

15.11.04

Definições


Amigo: Diz-se da pessoa do sexo masculino que tem esse "não sei o quê" que elimina toda a intenção de querer dormir com ele.
Amiga: Diz-se da pessoa do sexo feminino que tem esse "não sei o quê" que elimina toda a intenção de querer dormir com ela.
Amor: Palavra de quatro letras, duas vogais, duas consoantes e dois idiotas.
Arquiteto: Diz-se de um tipo que não foi suficientemente macho para ser engenheiro nem suficientemente maricas para ser decorador.
Auditor: É o que chega depois da batalha e dá pontapés aos feridos.
Banqueiro: É um tipo que te empresta o seu guarda-chuva quando há um sol radioso e o reclama quando começa a chover.
Consultor: É alguém que tira seu relógio, te diz as horas e te cobra por isso.
Dançar: É a frustração vertical de um desejo horizontal.
Diplomata: É quem te diz que “vá à merda” de um modo tal que te sentes ansioso de que comece a viagem.
Dor de cabeça: O anticoncepcional mais usado pela mulher do séc. XXI
Economista: É um perito que saberá amanhã porque o que predisse ontem não aconteceu hoje.
Entrevista: O que se vê entre as pernas da entrevistada
Escoteiro: Um menino vestido de parvo comandado por um parvo vestido de menino.
Fácil: Diz-se da mulher que tem a moral sexual de um homem.
Físico quântico: Um homem cego num quarto escuro, à procura de um gato negro que não está lá.
Futebol: É com quem toda a mulher se casa sem saber.
Hardware: Parte do computador que recebe as pancadas quando o software não funciona.
Inflação: É ter que viver pagando os preços do ano que vem com o salário do ano passado.
Intelectual: Indivíduo capaz de pensar por mais de duas horas em algo que não seja sexo.
Lamentável: Homem com uma ereção que caminha para uma parede e o primeiro com que toca é com o nariz.
Língua: Órgão sexual que alguns degenerados usam para falar.
Monógamo: Polígamo reprimido.
Nanosegundo: Fração de tempo que decorre entre o semáforo ficar verde e o carro de trás buzinar.
Ninfomaníaca: Termo com o qual um homem define uma mulher que deseja ter sexo mais amiúde que ele.
Pessimista: Otimista com experiência.
Programador: É aquele que te resolve um problema que não sabias que tinhas, de uma maneira que não compreendes.
Psicólogo: É aquele que olha para todos os demais quando uma mulher atraente entra na sala.
Trabalho em equipe: Possibilidade de deitar a culpa a outros.
Urologista: É o médico que te olha para a pila com desprezo, a toca com asco e te cobra como se a tivesse chupado.


Autor(a) Desconhecido(a)

11.11.04

Sobrevivente


Pensando bem, é difícil acreditar que estejamos vivos até hoje!Quando éramos pequenos, viajávamos de carro, sem cintos de segurança, sem ABS e sem air-bag!
Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerantes não tinham nenhum tipo de tampinha especial... Nem data de validade...
E tinham também aquelas bolinhas de gude... Que vinham embaladas sem instrução de uso.
A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada! Que horror!
A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção...
E passávamos nossas tardes construindo nossas pipas ou nossos carrinhos de rolimã...
A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que não déssemos de cara com a calçada ou com uma árvore...
E depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos a resolver o problema... SOZINHOS!
Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo.
Não existiam os celulares! Incrível!
A gente procurava encrenca.
Quantos machucados, ossos quebrados e dentes moles dos tombos!
Ninguém denunciava ninguém... Eram só "acidentes" de moleques: na verdade nunca encontrávamos um culpado.
Você lembra destes incidentes: janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho...???
Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos...
E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes, chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem mesmo nossos pais vinham a descobrir...
A gente comia muito doce, pão com muita manteiga...
Mas ninguém era obeso...
No máximo, um gordinho saudável...
Nem se falava em colesterol....
A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes!
Não existia o Playstation, nem o Nintendo...
Não tinha TV à cabo, nem videocassete, nem Computador, nem Internet...
Tínhamos, simplesmente, amigos!
A gente andava de bicicleta ou à pé.
Íamos à casa dos amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos... sozinhos, num mundo frio e cruel...
Sem nenhum controle! Como sobrevivemos?
Inventávamos jogos com pedras, feijões ou cartas...
Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos, e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso! Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos!
No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores... aquele cara com um peixe nas costas... (um tal de óleo de rícino).
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda série... Que horror!
Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano, mesmo não passando.
As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza...
Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mal da professora, correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no campinho...
As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também!
Ninguém se escondia atrás do outro...
Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos as regras!
Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e, incrivelmente, nenhum deles foi preso por isso!
Sabíamos que quando os pais diziam "NÃO", era "N Ã O".
A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas às vezes que ia ao supermercado...
Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa...
Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos... Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas...
Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências...
Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade...
E não é que aprendemos a resolver tudo!!!
E sozinhos...

Se você é um destes sobreviventes...

Parabéns!!!
Você curtiu os anos mais felizes de sua vida...
Luís Fernando Veríssimo

10.11.04

Vida

Vida coisa querida
Vida que parece uma pipa
Bailando ao vento.

Vida do menino,
Que a pouco brincava,
Que a pouco corria,
Que a pouco falava.

Vida que quer deixar os que ficam
E que não querem sua ida.

Vidas que ficam sofrem,
Amarguram a apatia
Da vida que não quer ficar.
Mas mantêm a esperança
Que a vida fique.

Silvana G Melo

8.11.04

O Presente Especial


Se eu pudesse deixar algum presente para você...
Deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos, para que não mais se repetissem.
Deixaria para você se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão o trabalho.
Além do trabalho a ação.
E quando tudo mais faltasse, um segredo:
Busque no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída.


Mahatma Gandhi

5.11.04

Suplicas de um Peão


Na madrugada me levanto
Tomo meu banho simples e visto a roupa surrada.
Com a marmita de baixo do braço pego a estrada
Rumo ao meu distante destino.

Eu sou peão
Sou escravo da fome,
Do desconforto.
Se for preciso, durmo no chão
E passo fome também.
Mas os meninos...
Eles não meu Pai...

Para eles quero saúde
Não quero o frio,
Não quero a fome.
Quero o conforto.
Não um casa chique,
Cheia de quartos, cheia de móveis.

Eu quero o calor num dia de frio.
Eu quero a comida que encha a barriga.
Eu quero saúde para os meus meninos.

Para mim não.
Porque sou peão,
Eu sou escravo;
Eu sou forte;
Eu sou o patrão.

Obrigado meu Pai!
Pela saúde;
Pela não fome;
Pelo calor;
Pelos filhos que tenho.

Obrigado por eu ser quem sou e como sou.
Silvana G Melo
06 de outubro de 1984
(Dois anos mais tarde nasce meu primeiro filho)

3.11.04

Cuidado ao falar...


Certa vez, um homem tanto falou que seu vizinho era ladrão, que o vizinho acabou sendo preso.
Algum tempo depois, descobriram que aquela pessoa era inocente.
O rapaz foi solto, após muito sofrimento e humilhação, e resolveu processar o homem que o acusara.
No tribunal, o homem disse ao juiz:
- Comentários não causam tanto mal...
- Posso estar enganado... mas que eu ouvi comentários... ouvi sim!
- Eu nunca vi nada disso, mas pelo comportamento dele...
- E o juiz respondeu:
- Escreva os comentários que você fez sobre ele num papel, depois pique o papel e jogue os pedaços pelo caminho que leva até a sua casa. Amanhã, volte para ouvir sua sentença!
O homem obedeceu. No dia seguinte apresentou-se perante o juiz para ouvir sua sentença. O juiz disse:
- Antes da sentença, você terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem!
O homem incrédulo no que ouvia, respondeu em voz alta:
- Não posso fazer isso, meritíssimo! O vento deve ter espalhado os pedaços de papéis por tudo quanto é lugar e já não sei onde estão! Nem imagino onde devem ter parado, em que lugares eles chegaram...
Ao que o juiz respondeu:
- Da mesma maneira, é um simples comentário. Pode destruir a honra de um homem, arranhar a imagem que este homem levou tanto tempo para construir. Espalha-se a ponto de não podermos mais consertar o mal causado.
- Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que não se diga nada!

“Sejamos senhores de nossa língua, para não sermos escravos de nossas palavras.”
Autor(a) Desconhecido(a)

1.11.04

Destino de todos



Até a menor das pessoas pode mudar o destino de todos.


Galadriel - Feiticeira da Floresta
Filme: O Senhor dos Aneis - A Sociedade do Anel
Adaptação do livro Lord of the Rings de J.R.R. Tolkien

29.10.04

Espiã de Deus...?

Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa:elas não são humanas.
São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
Pare para refletir sobre o sexto - sentido. Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?
E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece? O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!

"Leve um sapato extra na mala, querido. Vai que você pisa numa poça..." Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto sentido não faz sentido!
É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...

As mulheres são mães! E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?
E não satisfeitas em gerar a vida, elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.

Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...
Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravasam? Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
Elas conseguem pedir uma a outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem? Elas conhecem todos...
Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
En-fei-ti-çam!

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas? Para estudar os homens, é claro! Embora algumas disfarcem e estudem Exatas... nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro". Quer evidência maior do que essa?

Qualquer um que ama se aproxima de Deus. E com as mulheres também é assim. O amor as leva para perto dele, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas. É sabido que as mulheres confundem sexo e amor. E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida. Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.

Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo. Mas elas são anjos depois do sexo - amor. É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos. E levitam. Algumas até voam. Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam. Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora...
Luís Fernando Veríssimo

22.10.04

O Imperador do Mundo

Um pouco de história...

Com a grande crise econômica nos Estados Unidos, Chaplin em 1939 começa a escrever o roteiro de The Great Dictator ( O Grande Ditador ), sofre pressão de agentes diplomáticos alemães de organizações fascistas norte-americanas e renuncia ao filme temporariamente, mas não desistindo. Em outubro de 1940 estréia finalmente o filme “O Grande Ditador” e Chaplin é acusado pelo Comitê das atividades anti-americanas.
Em 1941, com a agressão alemã contra a URSS, Chaplin discursa em São Francisco para um Comitê de Socorros à URSS.
Após o término da 2ª Grande Guerra Mundial, o Deputado John Rankin solicita a expulsão de Chaplin dos Estados Unidos, por ter apoiado a União Soviética durante a guerra. Em dezembro, depois de um artigo seu " Declaro Guerra a Hollywood ", a Imprensa norte-americana protesta e acusa Chaplin de comunista e anti-americano, exigindo sua deportação.
Em setembro de 1952, Chaplin parte com a família para Londres, devido às acusações nos Estados Unidos.


Abaixo segue na íntegra o discurso feito por Chaplin no filme “O Grande Ditador”.


O IMPERADOR DO MUNDO

Desculpem, mas não quero ser imperador. Não entendo disto. Não quero governar nem conquistar ninguém. Gostaria de ajudar todo mundo se possível, judeus, nativos, pretos e brancos. Todos queremos ajudar uns aos outros.

Os seres humanos são assim. Queremos viver para a felicidade, não para a infelicidade. Não queremos odiar, desprezar uns aos outros.

Neste mundo existe lugar para todos e a Terra é rica, e pode muito bem alimentar a todos. Os caminhos da vida podem ser livres e lindos. Mas nós perdemos este caminho. A cobiça envenenou a alma dos homens, ergueu uma barreira de ódio ao redor do mundo. Nos atirou dentro da miséria e também do ódio.

Desenvolvemos a velocidade mas nos fechamos em nós mesmos. As máquinas que trouxeram mudanças nos deixaram desamparados. Nossos conhecimentos nos deixaram cínicos. Nossa inteligência duros e impiedosos. Nós pensamos demais e sentimos muito pouco. Mais do que maquinaria nós precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de bondade e compreensão. Sem estas qualidades a vida será violenta e estaremos todos perdidos.

O aeroplano e o rádio nos aproximaram uns dos outros. A própria natureza desses inventos demonstra a graça divina no ser humano, exigindo uma fraternidade universal para a unidade de todos nós. Mesmo agora a minha voz está chegando a milhões em todo o mundo. Milhões de homens desesperados, mulheres e crianças. Vítimas do sistema que obriga o homem a torturar e aprisionar gente inocente. Para aqueles que podem me ouvir, eu digo, não se desesperem.

A infelicidade que se abateu sobre nós, é conseqüência apenas da cobiça. Da angústia do homem que teme os caminhos do progresso humano. O ódio dos homens irá passar. Os ditadores morrerão. E o poder que eles usurparam do povo retornará então para o povo. E embora o homem morra, a liberdade jamais perecerá.

Soldados, não se entreguem a esses brutos. Homens que desprezam vocês, escravizam, governam suas vidas. Dizem o que devem fazer, o que pensar, o que sentir, que os conduzem, determinam o que comer, os tratam como gado e como bucha de seus canhões. Não se dediquem a esses homens antinaturais. Homens máquinas, com máquinas no cérebro e no coração. Vocês não são máquinas, não são gado. São homens, tenham amor pela humanidade em seus corações. Não odeiem. Só quem não é amado tem a capacidade de odiar.

Soldados, não lutem pela escravidão. Lutem pela liberdade.

No capitulo 17 de São Lucas está escrito “o Reino de Deus está dentro do ser humano”, não num homem, nem num grupo de homens mas em todos os seres humanos. E vocês do povo têm o poder. O poder de criar máquinas. O poder de criar a felicidade.

Vocês do povo têm o poder de fazer esta vida livre, linda e também de transformar esta vida numa maravilhosa aventura.

Então, em nome da democracia, vamos usar este poder. Vamos todos nos unir, lutar por um novo mundo. Um mundo decente que dará ao ser humano chance para trabalhar, que dará a juventude um futuro e aos idosos tranqüilidade.

Prometendo estas coisas, muitos têm subido ao poder. Mas eles mentem. Eles não cumpriram essas promessas. Jamais cumprirão! Os ditadores querem liberdade para eles mesmos, mas escravizam o povo. Agora vamos lutar para libertar o mundo. Para abrir as fronteiras nacionais eliminando a cobiça, o ódio e a intolerância. Vamos lutar por um mundo sensato, um mundo onde a ciência e o progresso levem a felicidade para todos os seres humanos.
Soldados, em nome da democracia devemos nos unir.

Hannah, pode me ouvir. Onde estiver olhe para o Alto. Para o Alto. As nuvens estão desaparecendo.

O Sol está despontando, estamos saindo da escuridão para a Luz. Estamos caminhando para um novo mundo. Um mundo melhor onde os seres humanos se elevarão acima de seu ódio, de suas cobiças, e brutalidade. Olhe para o Alto, Hannah.

À alma dos seres humanos foi dado asas e finalmente ele está começando a voar. Estão voando para o arco-íris. Para a Luz da esperança, para o futuro. O futuro glorioso que pertence a você, a mim e a todos nós.

Olha para o Alto, para o Alto!

Charles Chaplin, em “O Grande Ditador”, 1940

16.10.04

Para Refletir


Quando suas insatisfações te assolarem.
Olhe para dentro de você e entenda.
O Mundo é como é, não se pode mudá-lo.
As pessoas são como são por opção.
Não tente mudar o mundo, mude o seu coração.
A satisfação não está em provar que se está certo.

Ter sempre razão não faz a diferença nem muda um coração.
A diferença esta em com a força do amor transformar.
Não o mundo todo, mais um pequeno lugar.
Você é que faz a diferença, é quem muda a situação.

Não exija que os outros sejam como você é.
Não os culpe pelos seus fracassos, pela desilusão.
Dizer sim sempre pode por fim a discussão!
Resolve só no momento, não a situação.
Se você não quer fazer algo, aprenda a dizer não.

Aprender a se respeitar é o principio de respeitar os outros.
Se ame um pouco mais, tenha dignidade.
Assim poderá amar seu próximo e faze-lo sentir seu amor.
Quem ama não busca causar dor, ama com justiça e retidão.
É imparcial no falar, não julga a situação.

Não aponte seu dedo em qualquer direção.
Não se torne Doutor nem Juiz da situação.
Seja primeiro um bom ouvinte, isso cativa um coração.
Depois de muito ouvir e pouco falar.
O outro vai querer sinceramente, sua opinião escutar!

Orlando Dardenne

15.10.04

Lobos Internos

Um velho Avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça:

“Deixe-me contar-lhe uma história”:

Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio àqueles que 'aprontaram' tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que seu inimigo morra.

“Lutei muitas vezes contra estes sentimentos” e ele continuou: “É como se existissem dois lobos dentro de mim”. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira correta.

Mas, o outro lobo, ah. Este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma! “Algumas vezes é difícil de conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito”.

O garoto olhou intensamente nos olhos de seu Avô e perguntou:
"Qual deles vence Vovô?"
O Avô sorriu e respondeu baixinho:
"Aquele que eu alimento".
Autor(a) Desconhecido(a)

14.10.04

Simples Passo


Uma jornada de milhares de quilômetros sempre começa com um simples passo.

Lao-Tsé

13.10.04

Encerrando um ciclo

.

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.

Se insistimos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos – não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que sentem-se culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração – e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto as vezes ganhamos, e as vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o está apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não tem data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal.” Antes de começar um capitulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Paulo Coelho

12.10.04

Prossigamos!

Toda via prossigamos!
Seja de que maneira for!
Saiamos a campo para a luta, lutemos, então!
Não vimos já como a crença removeu montanhas?
Não basta então termos descoberto que alguma coisa está sendo ocultada?
Essa cortina que nos aculta isto e aquilo, é preciso arrancá-la!

Bertold Brecht

11.10.04

Erga-se!

Sabe aquele momento que a gente pensa que chegou no limite das próprias forças e que não vai mais conseguir avançar?
Quando não contemos as lágrimas (e nem devemos!) e tudo parece um grande vazio...
Esse momento que, não importa a nossa idade,
Pensamos que já é o fim... e um desânimo enorme toma conta da gente...
Esse momento, ao contrário do que parece, é justamente o ponto de partida!!!
Se chegamos a um estado em que não avançamos mais, é que devemos provavelmente tomar uma outra direção.

Quando chegamos a esse ponto de tal insatisfação é sinal de que alguma coisa deve ser feita.
Não espere que os outros construam pra você, planeje e faça!

Você é responsável pelos próprios sonhos e pela realização destes.
Nas obras da vida não precisamos de arquitetos para planejar por nós.
Com um pouco de imaginação e um muito de boa vontade podemos reconstruir sozinhos a casa que vamos morar e o futuro que nos oferecemos.

É humano se sentir fragilizado às vezes e mesmo necessário para que tenhamos consciência que não somos infalíveis, não somos super-heróis, mas seria desumano parar por aí. E injusto para os outros, mas principalmente para consigo mesmo.

Recomeçar é a palavra!
Recomeçar cada vez, a cada queda, a cada fim de uma estrada! Insistir!...
Se alguém te feriu, cure-se!
Se te derrubaram, levante-se!
Se te odeiam, ame!
Erga-se! Erga a cabeça!
Olhando pra baixo só podemos ver os próprios pés.
É preciso olhar pra frente.
Plante uma árvore, faça um gesto gentil, tenha um atitude positiva.
É sempre possível fazer alguma coisa!
Não culpe os outros pelas próprias desilusões, pelos próprios fracassos.

Se somos nossos próprios donos para as nossas vitórias, por que não seríamos para as nossas derrotas?
Onde errou, não erre mais!
Onde caiu, não caia mais!
Se você já passou por determinado caminho, deve ter aprendido a evitar certas armadilhas.

Então, siga!
Dê o primeiro passo... depois caminhe!!!
Tenha certeza que a felicidade não mora ao seu lado, nem à sua frente, ela está junto de você!
Descubra-se, faça-se feliz e tenha um lindo dia!

Letícia Thompson

10.10.04

Saudade


"Em alguma outra vida, devemos ter feito algo de muito grave, para sentirmos saudade..."

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber ser ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi a consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada.
Se ele tem assistido as aulas de inglês,
Se aprendeu a entrar na internet e encontrar a página do Diário Oficial.
Se ela aprendeu a estacionar entre dois carros.
Se ele continua preferindo Skol.
Se ela continua preferindo suco.
Se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados.
Se ele continua cantando tão bem.
Se ela continua adorando Mc Donald´s.
Se ele continua amando.
Se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos.
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento.
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música.
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro,
e ao mesmo tempo querer.
É saber se ele estar feliz,
e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...



Miguel Falabella

9.10.04

Verdadeiro Caminho

O verdadeiro caminho só poderá ser compreendido após longa e árdua disciplina.
Endurecendo o que é mais difícil endurecer e praticando o que é mais difícil de praticar.
Homens de inferior virtude e sabedoria jamais poderão compreender.
Sidartha Gauthama