Na madrugada me levanto
Tomo meu banho simples e visto a roupa surrada.
Com a marmita de baixo do braço pego a estrada
Rumo ao meu distante destino.
Eu sou peão
Sou escravo da fome,
Do desconforto.
Se for preciso, durmo no chão
E passo fome também.
Mas os meninos...
Eles não meu Pai...
Para eles quero saúde
Não quero o frio,
Não quero a fome.
Quero o conforto.
Não um casa chique,
Cheia de quartos, cheia de móveis.
Eu quero o calor num dia de frio.
Eu quero a comida que encha a barriga.
Eu quero saúde para os meus meninos.
Para mim não.
Porque sou peão,
Eu sou escravo;
Eu sou forte;
Eu sou o patrão.
Obrigado meu Pai!
Pela saúde;
Pela não fome;
Pelo calor;
Pelos filhos que tenho.
Obrigado por eu ser quem sou e como sou.
Silvana G Melo
06 de outubro de 1984
06 de outubro de 1984
(Dois anos mais tarde nasce meu primeiro filho)
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