3.9.06

Um dia você aprende que...


- O Menestrel -

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.

Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. Aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.

Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes... E seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida.

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

William Shakespeare



É interessante como sempre estou cercada de coincidências, Maktub! A tempos estou para postar este texto, mas sempre algo me impedia. Ora era a imagem que eu não encontrava ou que não me satisfazia, ora era algo que me afastava do tema ou até mesmo problemas pessoais acabavam me afastando do PC e o texto acabava caindo no esquecimento.

Mas esta semana parece que o tema deste texto, me cercou por todos os lados. Parece que cada parágrafo do texto se encaixa em uma situação.

Seja quando conversando com a Aline e que citei sobre a forma que lido com meus filhos, sobre não "estar criando eles para mim" e sim "para o mundo". Sobre apesar de amá-los muito, mas de não ter apego físico/material, sobre "forçar" que eles sejam independentes, sobre eu não me sentir proprietária de meus filhos e sim companheira deles.

Também quando conversei com a Conceição, sobre saudade e o não apego a pessoas próximas que se foram "para o outro lado".

As inúmeras vezes já falei a Déa, sobre a vida das pessoas mudarem, dos interesses mudarem, sobre as necessidades mudarem, sobre por mais amizade que se tenha a alguém, mas que chega certo momento da vida, que as pessoas precisam escolher seu caminho e que nem sempre os "antigos amigos" estão nos planos dessa nova vida. Não que se deixe de gostar destes "antigos amigos", mas por termos escolhido um caminho diferente, por termos necessidades diferentes, por precisarmos do nosso tempo e do nosso espaço.

Essa semana conversei sobre este mesmo assunto com a Inês, mãe da Déa e também disse o mesmo aos "Indeletáveis", pois de certa forma o grupo como um todo, está passando por "uma certa crise existencial".

Tenho sentido que também tem acontecido com o "Adri", ou seja, que ele está buscando um novo caminho. Apesar de eu estar com uma saudade louca dele, das conversas, das buscas, dos trabalhos juntos, das "trocentas" ajudas, dos aprendizados, ensinamentos, das músicas, da companhia em si, mas sinto que ele está buscando um novo caminho e eu estaria sendo egoísta se não entendesse isso.

O Lúcio... Por um bom tempo o Lúcio foi minha única companhia diária, meu amigo mais sincero e justo. Passamos acho que mais de um ano nos fazendo companhia diariamente, chegávamos ao ponto de um saber o que o outro queria dizer... O Lúcio ainda era um menino, mas brigava/briga comigo quando me comporto como uma adolescente insensata aos 41 anos... Bom... Mas veio o famigerado vestiba... Que nos afastou um pouco. Aff! Como eu brigava com o Lúcio quando ele ficava na net em vez de ir estudar ou mesmo descansar. Enfim veio a facul e o Lúcio sumiu... As vezes eu o via entrar no MSN, mas não nos falávamos. Eu reclamava com o "Adri" ou mesmo com a Déa, sobre o Lúcio não me procurar mais. E como eu sentia falta daquele menino, mas sabia que ele apenas estava seguindo o caminho que ele tinha escolhido para ele. Isso me confortava e me deixava/deixa feliz. A Alguns meses atrás, voltamos a conversar, trocar músicas e jogar conversa fora... (sabem que ainda estamos sintonizados? Quando comecei a escrever este parágrafo, ele me chamou no MSN pra me enviar uma foto dele... =P ).

Amizades nascem, amigos que ficam, amigos que se vão, amigos que sempre voltam nem que seja em outro tempo ou em outra vida.

Aline, Conceição, Déa, Indeletáveis, "Adri" e Lúcio um grande beijo no coração de vcs.

Silvana G Melo

Um comentário:

Anônimo disse...

O Lúcio enviou uma foto dele. Essa é uma sintonia das boas, um dia eu chego lá!
Esse é um texto encatador, deve sempre ser colocado em evidência. Pessoal esquece, a gente lembra. Boa escolha Sil.