23.11.04

O Mundo Para Todos


Hoje recebi este texto de uma amiga e simplesmente arrepiei-me ao lê-lo.

Esse texto foi a resposta do Senador Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal e Ministro da Educação do governo de Fernando Henrique, durante debate em uma Universidade nos Estados Unidos (out/2000), quando foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

Ao meu ver o Senador Cristovam Buarque não deu um tapa com luva de pelica, ele deu um soco ao pé de cada ouvido e na boca do estomago dos insensatos que acham que podem entrar em nossa casa sem pedir licença e levar tudo que temos por se acharem donos do mundo. Esse tema não é um fato novo, pelo contrário, essa lenga-lenga já rola a uns bons anos e infelizmente ainda vai rolar, pois a ganância dos ditos poderosos é maior que a suposta guerra deles pelo bem estar da humanidade.

Pois bem os que me conhecem pessoalmente, sabem que não sou à favor de nenhuma organização política partidária e/ou religiosa, mas não posso deixar de aplaudir de pé, o Senador Cristovam Buarque e faço as dele as minhas palavras.

Bjs


O MUNDO PARA TODOS

Durante debate recente, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha.
De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da Humanidade.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um pais. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza especifica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o pais onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia.
Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.

Cristovam Buarque

Cristovam Buarque, é Professor da UNB, autor do livro "A cortina de ouro".
Esse texto foi publicado pelo jornal O Globo, Opinião, no dia 23 de outubro de 2000 e a transcrição foi feita por Kleuber Matta.

21.11.04

Eu sou eu, você é você


Ai ai ai... Quem um dia não passou por isso que atire a primeira pedra nos apaixonados de plantão. Podem começar que já coloquei meu capacete...

C’est la vie mes ami, c’est la vie...
Baisers

Na volúpia de preencher as lacunas da carência, de consumar o sonho do encontro, o ser desejante, sempre à mercê do acaso, defronta-se súbito com o objeto de desejo, num encontro sem procura com quem tanto procurava. E com gana morde a maçã que se oferece na passagem. Irrompe a euforia inesperada que balança tudo, desarruma tudo, tira tudo da ordem. Na vertigem do redemoinho, a lucidez se dilui no jogo diabólico da sedução desenfreada e a vontade de posse dança um minueto com a necessidade de entrega.
Aconteceu o imprevisto mais esperado. Há que faltar à festa, renunciar à viagem, adiar encontros. Amigos não entendem, olham com velada censura, talvez com ciúme ou inveja. Para o ser desejante, tudo é deslumbramento, encantamento, exaltação e disposição para a aventura. Olhos radiantes brilham como estrelas, sorrisos cálidos iluminam os rostos, é luminosa a beleza dos corpos, e tudo que deles emana, do perfume ao suor. Loucura!
E cada um quer fazer de si o delírio do outro, quer ser a própria concretização do sonho do outro. Na paixão, o ser se explica, se entende, se justifica no mundo, e busca no outro a plenitude. Ah, vontade de falar de si! Vontade de beber as palavras do outro! Ah, vontade irreprimível de contar, de espalhar aos quatro cantos! O apaixonado sente, vive e enlouquece com a paixão.
Emoções transbordam, extrapolam, transcendem. A paixão não tem medidas. A paixão é barroca. Para o apaixonado, cada coisa tem sentido, qualquer coisa ganha sentido, tudo faz sentido, e a unidade dos sentidos provoca súbitos arrepios de plenitude. Apaixonado ouve ópera (a paixão é operística!) Vê filmes épicos (é épica também!) Toma champanhe na cama (é deliciosamente extravagante!).
Mas a paixão é também ouvir música brega, tomar pilequinho, dançar coladinho e ler poesia derramada. Mandar flores, telefonar a cada hora, guardar retrato na carteira e chicletes no bolso. Escanhoar, maquiar, mudar o guarda-roupa, marcar férias, passear de mãos dadas após a chuva, sentir o cheiro de terra molhada, colher flores silvestres, ouvir passarinho. Há ternura no gesto, humor na frase, sensualidade no toque e euforia na dança do universo. Apaixonado desenha o futuro no impulso de ser feliz.
O que pensam da paixão os apaixonados? Ora, não pensam nada. Tivessem tempo, talvez gostassem de entender o que é a paixão e o delírio que a embala; saber por que esta pessoa e não outra. Celebrar o destino que os uniu. Porém, apaixonados não querem entender nada. Não sabem se desejam o outro por esta ou aquela razão e paixão tem lá razão? Desejam por tudo ou por nada. Mas desejam completamente. Impossível classificar o objeto da paixão, ele é único, não cabe na moldura de um adjetivo, e existe apenas para atender o ser desejante. O apaixonado gosta de estar apaixonado pela sua paixão. E isso é tudo.
Aos poucos, a palavra vai se tornando desnecessária, vai sendo substituída por murmúrios e afagos, por sorrisos e carinhos, olhos que se devoram, mãos que se apertam, quase em silêncio. Dizem sim a tudo, ficam cego ao mundo e devotam-se um ao outro. Encontram-se num abraço, no qual cada um sente que abraça tudo o que deseja do mundo. E no beijo, repetem Diderot: "Inclina teus lábios sobre os meus e que ao soltar-se da minha boca vá contigo a minha alma". É êxtase, desfalecimento, aniquilamento.
Imprevisíveis e misteriosas são as armadilhas da paixão. Na volúpia insana de ser tudo o que falta ao outro, um lança ao abismo do outro. Total entrega de um ser ao outro, abandono de um ser no outro e o faz com tal ímpeto que, se falha o outro e não o acolhe, pode não resistir, não se retomar e se perder a paixão tanto infla de vida o apaixonado que parece prenunciar o desenlace, como o sol do meio-dia é grávido de crepúsculo.
Se ao contrário, encontra braços que o acolha, eis a doação de um ser ao outro, a rendição de um ser por outro, a diluição de um ser no outro. Apaixonados se imbricam, se penetram, se desvanecem na paixão. A comunhão plena e absoluta transforma dois corpos em um ser.
O apaixonado rendido sente que caiu na armadilha, debate-se e vai se afundando no poço com limo nas bordas. Sem entender o que aconteceu, intui que nele algo rompeu-se: coisa miúda, um gesto, uma roupa, um objeto, uma frase palavras são cacos de vidro; descuidou-se, o sangue brota. Aos teus olhos, o outro torna-se um estranho, e desaba do Olimpo à vala comum. Se falhou, não é Deus, é apenas mortal. E o ser desejante desapaixona-se enlutado.
Paixão é estado de euforia perpétua, de ser não sendo, a que só os deuses resistem. Que os mortais desejantes encontrem no amor o bálsamo para as feridas da paixão. E eis Clarice Lispector, alçada, por justiça e glória, a oráculo: Eu sou eu, você é você. É certo. Vai durar.

Alcione Araujo
Jornal Estado de Minas

19.11.04

Usem Filtro Solar



Filtro solar nasceu por acaso. A caminho da redação do Chicago Tribune, a jornalista Mary Schmich pensava a respeito do quanto é comum nos sentirmos frustrados diante da grande diferença que existe entre a vida que levamos e a que gostaríamos de levar.
Seguindo essa inspiração, ela escreveu um texto e fingiu que o usaria em uma hipotética formatura da qual seria oradora. Filtro solar foi publicado em sua coluna e, dois meses depois, o texto circulava pela Internet.
Alguém o copiou do jornal e atribuiu sua autoria ao escritor americano Kurt Vonnegut, o que se tornou mais um caso na polêmica questão dos direitos autorais na rede.
E foi desse jeito que Filtro solar ficou conhecido no mundo todo e virou símbolo de otimismo e inspiração.
Deixe-se levar também pela simplicidade e beleza da mensagem.

Bjs



Senhoras e senhores...
Usem filtro solar.
Se pudesse dar um conselho em relação ao futuro diria: "Usem filtro solar".
Os benefícios, a longo prazo, do uso do filtro foram cientificamente comprovados. Os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência.

Eis aqui um conselho:
Desfrute do poder e da beleza da juventude.
Oh, esqueça! Você só vai compreender o poder e a beleza da juventude quando já tiverem desaparecido.
Mas acreditem em mim. Dentro de vinte anos, você olhará suas fotos e compreenderá, de um jeito que não pode compreender agora, quantas oportunidades se abriram para você eram realmente fabulosas.
Você não é tão gordo quanto você imagina.
Não se preocupe com o futuro.
Ou se preocupe, se quiser, sabendo que a preocupação é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de álgebra mascando chiclete.
É quase certo que os problemas que realmente têm importância em sua vida são aqueles que nunca passaram por sua mente, tipo aqueles que tomam conta de você às quatro da tarde em alguma terça-feira ociosa.
Todos os dias, faça alguma coisa que seja assustadora.
Cante!
Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável.
Não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação a você.
Relaxe!
Não perca tempo com inveja.
Algumas vezes você ganha, algumas vezes você perde.
A corrida é longa e, no final, tem que contar só com você.
Lembre-se dos elogios que recebe.
Esqueça os insultos. (Se conseguir fazer isso, me diga como.)
Guarde suas cartas de amor.
Jogue fora seus velhos extratos bancários.
Estique-se!
Não tenha sentimento de culpa se não sabe muito bem o que quer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham, aos 22 anos, nenhuma idéia do que fariam na vida.
Algumas pessoas interessantes de 40 anos que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja gentil com seus joelhos. Você sentira falta deles quando não funcionarem mais.
Talvez você se case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos 40, talvez dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento.
O que quer que faça, não se orgulhe nem se critique demais.
Todas as suas escolhas tem 50% de chances de dar certo. Como as escolhas de todos os demais.
Curta seu corpo da maneira que puder.
Não tenha medo dele ou do que outras pessoas pensem dele. Ele é seu maior instrumento.
Dance, mesmo que o único lugar que você tenha para dançar seja sua sala de estar.
Leia todas as indicações, mesmo que você não as siga.
Não leia revistas de beleza. A única coisa que elas fazem é mostrar você como uma pessoa feia.
Saiba entender seus pais. Você nunca sabe a falta que vai sentir deles.
Seja agradável com seus irmãos. Eles são seu melhor vínculo com seu passado e aqueles que, no futuro, provavelmente nunca deixarão você na mão.
Entenda que amigos vão e vem, mas que há um punhado deles preciosos, que você tem que guardar com carinho.
Trabalhe duro para transpor os obstáculos geográficos da vida, porque quanto mais você envelhece tanto mais precisa das pessoas que conheceram você na juventude.
More na cidade grande, mas mude-se antes que a cidade transforme você em uma pessoas dura.
More no interior, mas mude-se antes de tornar-se uma pessoa muito mole.
Viaje!
Aceite certas verdades eternas: os preços sempre vão subir; os políticos são todos mulherengos; você também vai envelhecer.
E quando envelhecer, vai fantasiar que quando você era jovem, os preços eram acessíveis, os políticos eram nobres de alma e as crianças respeitavam os mais velhos.
Respeite as pessoas mais velhas.
Não espere apoio de ninguém.
Talvez você tenha uma aposentadoria.
Talvez tenha se case com alguém rico.
Mas, você nunca sabe quando um ou outro pode desaparecer.
Não mexa muito em seu cabelo.
Senão, quando tiver quarenta anos, vai ficar com a aparência de oitenta cinco.
Tenha cuidado com as pessoas que dão conselho, mas seja paciente com elas.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Dar conselhos é uma forma de resgatar o passado da lata do lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por um preço maior do que realmente vale.
Mas, acreditem em mim quando eu falo do filtro solar.


Mary Schmich
Colunista do Chicago Tribune


16.11.04

Mulher x Homem

M = Mulher
H = Homem

(Entra em casa...)
M - Oi!
H - Oi!
M - Trabalhou muito?
H - Sim.
M - Tá cansado?
H - Um pouco.
M - Toma um banho!
H - Vou sim... preciso....... (Banho.)
M - Ué... vai sair?
H - Vou dar uma volta.
M - Sozinho?
H - É... sozinho.
M - Vai aonde?
H - Por aí.
M - Sozinho?
H - É.
M - Certeza?
H - Sim.
M - Quer que eu vá com você?
H - Não... pode deixar... prefiro ir sozinho.
M - Vai sozinho andar pela cidade?
H - É.
M - De carro?
H - Sim.
M - Tem gasolina?
H - Sim... coloquei.
M - Vai demorar?
H - Não... coisa de uma hora.
M - Vai a algum lugar específico?
H - Não... só rodar por aí.
M - Não prefere ir a pé?
H - Não... vou de carro.
M - Traz um sorvete pra mim!
H - Trago... que sabor?
M - Manga.
H - Ok... na volta eu passo e compro.
M - Na volta?
H - Sim... senão derrete.
M - Passa lá, compra e deixa aqui.
H - Não... melhor não! Na volta... é rápido!
M - Ahhhhh!
H - Quando eu voltar eu tomo com você!
M - Mas você não gosta de manga!
H - Eu compro outro... de outro sabor.
M - Aí fica caro... traz de cupuaçu!
H - Eu não gosto também.
M - Traz de chocolate... nós dois gostamos.
H - Ok! Beijo... volto logo...
M - Ei!
H - O que?
M - Chocolate não... Flocos...
H - Não gosto de flocos!
M - Então traz de manga prá mim e o que quiser pra você.
H - Foi o que sugeri desde o começo!
M - Você está sendo irônico?
H - Não... tô não! Vou indo.
M - Vem aqui me dar um beijo de despedida!
H - Querida! Eu volto logo... depois.
M - Depois não... quero agora!
H - Tá bom! (Beijo.)
M - Vai com o seu ou com o meu carro?
H - Com o meu.
M - Vai com o meu... tem cd player... o seu não!
H - Não vou ouvir música... vou espairecer...
M - Tá precisando?
H - Não sei... vou ver quando sair!
M - Demora não!
H - É rápido... (Abre a porta de casa.)
M - Ei!
H - Que foi agora?
M - Nossa!!! Que grosso! Vai embora!
H - Calma... estou tentando sair e não consigo!
M - Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém?
H - O que quer dizer?
M - Nada... nada não!
H - Vem cá... acha que estou te traindo?
M - Não... claro que não... mas sabe como é?
H - Como é o quê?
M - Homens!
H - Generalizando ou falando de mim?
M - Generalizando.
H - Então não é meu caso... sabe que eu não faria isso!
M - Tá bom... então vai.
H - Vou.
M - Ei!
H - Que foi, cacete?
M - Leva o celular, estúpido!
H - Prá quê? Prá você ficar me ligando?
M - Não... caso aconteça algo, estará com celular.
H - Não... pode deixar...
M - Olha... desculpa pela desconfiança... estou com saudade... só isso!
H - Ok meu amor... Desculpe-me se fui grosso. Tá.. eu te amo!
M - Eu também!
M - Posso futricar no seu celular?

H - Prá quê?
M - Sei lá! Joguinho!
H - Você quer meu celular prá jogar?
M - É.
H - Tem certeza?
M - Sim.
H - Liga o computador... lá tem um monte de joguinhos!
M - Não sei mexer naquela lata velha!
H - Lata velha? Comprei pra a gente mês passado!
M - Tá.. ok... então leva o celular senão eu vou futricar...
H - Pode mexer então... não tem nada lá mesmo...
M - É?
H - É.
M - Então onde está?
H - O quê?
M - O que deveria estar no celular mas não está...
H - Como!?
M - Nada! Esquece!
H - Tá nervosa?
M - Não... tô não...
H - Então vou!
M - Ei!
H - Que ééééééé?
M - Não quero mais sorvete não!
H - Ah é?
M - É!
H - Então eu também não vou sair mais não!
M - Ah é?
H - É.
M - Oba! Vai ficar comigo?
H - Não vou não... cansei... vou dormir!
M - Prefere dormir do que ficar comigo?
H - Não... vou dormir, só isso!
M - Está nervoso?
H - Claro, porra!!!
M - Por que você não vai dar uma volta para espairecer?



Luis Fernando Veríssimo


Não sei por que, mas aho que já vi este filme.... rs rs rs
Bjs

15.11.04

Definições


Amigo: Diz-se da pessoa do sexo masculino que tem esse "não sei o quê" que elimina toda a intenção de querer dormir com ele.
Amiga: Diz-se da pessoa do sexo feminino que tem esse "não sei o quê" que elimina toda a intenção de querer dormir com ela.
Amor: Palavra de quatro letras, duas vogais, duas consoantes e dois idiotas.
Arquiteto: Diz-se de um tipo que não foi suficientemente macho para ser engenheiro nem suficientemente maricas para ser decorador.
Auditor: É o que chega depois da batalha e dá pontapés aos feridos.
Banqueiro: É um tipo que te empresta o seu guarda-chuva quando há um sol radioso e o reclama quando começa a chover.
Consultor: É alguém que tira seu relógio, te diz as horas e te cobra por isso.
Dançar: É a frustração vertical de um desejo horizontal.
Diplomata: É quem te diz que “vá à merda” de um modo tal que te sentes ansioso de que comece a viagem.
Dor de cabeça: O anticoncepcional mais usado pela mulher do séc. XXI
Economista: É um perito que saberá amanhã porque o que predisse ontem não aconteceu hoje.
Entrevista: O que se vê entre as pernas da entrevistada
Escoteiro: Um menino vestido de parvo comandado por um parvo vestido de menino.
Fácil: Diz-se da mulher que tem a moral sexual de um homem.
Físico quântico: Um homem cego num quarto escuro, à procura de um gato negro que não está lá.
Futebol: É com quem toda a mulher se casa sem saber.
Hardware: Parte do computador que recebe as pancadas quando o software não funciona.
Inflação: É ter que viver pagando os preços do ano que vem com o salário do ano passado.
Intelectual: Indivíduo capaz de pensar por mais de duas horas em algo que não seja sexo.
Lamentável: Homem com uma ereção que caminha para uma parede e o primeiro com que toca é com o nariz.
Língua: Órgão sexual que alguns degenerados usam para falar.
Monógamo: Polígamo reprimido.
Nanosegundo: Fração de tempo que decorre entre o semáforo ficar verde e o carro de trás buzinar.
Ninfomaníaca: Termo com o qual um homem define uma mulher que deseja ter sexo mais amiúde que ele.
Pessimista: Otimista com experiência.
Programador: É aquele que te resolve um problema que não sabias que tinhas, de uma maneira que não compreendes.
Psicólogo: É aquele que olha para todos os demais quando uma mulher atraente entra na sala.
Trabalho em equipe: Possibilidade de deitar a culpa a outros.
Urologista: É o médico que te olha para a pila com desprezo, a toca com asco e te cobra como se a tivesse chupado.


Autor(a) Desconhecido(a)

11.11.04

Sobrevivente


Pensando bem, é difícil acreditar que estejamos vivos até hoje!Quando éramos pequenos, viajávamos de carro, sem cintos de segurança, sem ABS e sem air-bag!
Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerantes não tinham nenhum tipo de tampinha especial... Nem data de validade...
E tinham também aquelas bolinhas de gude... Que vinham embaladas sem instrução de uso.
A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada! Que horror!
A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção...
E passávamos nossas tardes construindo nossas pipas ou nossos carrinhos de rolimã...
A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que não déssemos de cara com a calçada ou com uma árvore...
E depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos a resolver o problema... SOZINHOS!
Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo.
Não existiam os celulares! Incrível!
A gente procurava encrenca.
Quantos machucados, ossos quebrados e dentes moles dos tombos!
Ninguém denunciava ninguém... Eram só "acidentes" de moleques: na verdade nunca encontrávamos um culpado.
Você lembra destes incidentes: janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho...???
Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos...
E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes, chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem mesmo nossos pais vinham a descobrir...
A gente comia muito doce, pão com muita manteiga...
Mas ninguém era obeso...
No máximo, um gordinho saudável...
Nem se falava em colesterol....
A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes!
Não existia o Playstation, nem o Nintendo...
Não tinha TV à cabo, nem videocassete, nem Computador, nem Internet...
Tínhamos, simplesmente, amigos!
A gente andava de bicicleta ou à pé.
Íamos à casa dos amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos... sozinhos, num mundo frio e cruel...
Sem nenhum controle! Como sobrevivemos?
Inventávamos jogos com pedras, feijões ou cartas...
Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos, e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso! Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos!
No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores... aquele cara com um peixe nas costas... (um tal de óleo de rícino).
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda série... Que horror!
Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano, mesmo não passando.
As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza...
Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mal da professora, correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no campinho...
As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também!
Ninguém se escondia atrás do outro...
Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos as regras!
Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e, incrivelmente, nenhum deles foi preso por isso!
Sabíamos que quando os pais diziam "NÃO", era "N Ã O".
A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas às vezes que ia ao supermercado...
Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa...
Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos... Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas...
Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências...
Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade...
E não é que aprendemos a resolver tudo!!!
E sozinhos...

Se você é um destes sobreviventes...

Parabéns!!!
Você curtiu os anos mais felizes de sua vida...
Luís Fernando Veríssimo

10.11.04

Vida

Vida coisa querida
Vida que parece uma pipa
Bailando ao vento.

Vida do menino,
Que a pouco brincava,
Que a pouco corria,
Que a pouco falava.

Vida que quer deixar os que ficam
E que não querem sua ida.

Vidas que ficam sofrem,
Amarguram a apatia
Da vida que não quer ficar.
Mas mantêm a esperança
Que a vida fique.

Silvana G Melo

8.11.04

O Presente Especial


Se eu pudesse deixar algum presente para você...
Deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos, para que não mais se repetissem.
Deixaria para você se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão o trabalho.
Além do trabalho a ação.
E quando tudo mais faltasse, um segredo:
Busque no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída.


Mahatma Gandhi

5.11.04

Suplicas de um Peão


Na madrugada me levanto
Tomo meu banho simples e visto a roupa surrada.
Com a marmita de baixo do braço pego a estrada
Rumo ao meu distante destino.

Eu sou peão
Sou escravo da fome,
Do desconforto.
Se for preciso, durmo no chão
E passo fome também.
Mas os meninos...
Eles não meu Pai...

Para eles quero saúde
Não quero o frio,
Não quero a fome.
Quero o conforto.
Não um casa chique,
Cheia de quartos, cheia de móveis.

Eu quero o calor num dia de frio.
Eu quero a comida que encha a barriga.
Eu quero saúde para os meus meninos.

Para mim não.
Porque sou peão,
Eu sou escravo;
Eu sou forte;
Eu sou o patrão.

Obrigado meu Pai!
Pela saúde;
Pela não fome;
Pelo calor;
Pelos filhos que tenho.

Obrigado por eu ser quem sou e como sou.
Silvana G Melo
06 de outubro de 1984
(Dois anos mais tarde nasce meu primeiro filho)

3.11.04

Cuidado ao falar...


Certa vez, um homem tanto falou que seu vizinho era ladrão, que o vizinho acabou sendo preso.
Algum tempo depois, descobriram que aquela pessoa era inocente.
O rapaz foi solto, após muito sofrimento e humilhação, e resolveu processar o homem que o acusara.
No tribunal, o homem disse ao juiz:
- Comentários não causam tanto mal...
- Posso estar enganado... mas que eu ouvi comentários... ouvi sim!
- Eu nunca vi nada disso, mas pelo comportamento dele...
- E o juiz respondeu:
- Escreva os comentários que você fez sobre ele num papel, depois pique o papel e jogue os pedaços pelo caminho que leva até a sua casa. Amanhã, volte para ouvir sua sentença!
O homem obedeceu. No dia seguinte apresentou-se perante o juiz para ouvir sua sentença. O juiz disse:
- Antes da sentença, você terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem!
O homem incrédulo no que ouvia, respondeu em voz alta:
- Não posso fazer isso, meritíssimo! O vento deve ter espalhado os pedaços de papéis por tudo quanto é lugar e já não sei onde estão! Nem imagino onde devem ter parado, em que lugares eles chegaram...
Ao que o juiz respondeu:
- Da mesma maneira, é um simples comentário. Pode destruir a honra de um homem, arranhar a imagem que este homem levou tanto tempo para construir. Espalha-se a ponto de não podermos mais consertar o mal causado.
- Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que não se diga nada!

“Sejamos senhores de nossa língua, para não sermos escravos de nossas palavras.”
Autor(a) Desconhecido(a)

1.11.04

Destino de todos



Até a menor das pessoas pode mudar o destino de todos.


Galadriel - Feiticeira da Floresta
Filme: O Senhor dos Aneis - A Sociedade do Anel
Adaptação do livro Lord of the Rings de J.R.R. Tolkien