Depois de 72 horas com uma dor de cabeça insuportável e a mais de 24 horas com uma febre que teima em não me deixar, resolvi sair da cama e ir caminhar um pouco. Quem sabe respirando outros ares ou mesmo o desgaste físico não fariam meu corpo reagir...
Fui para o centro comercial aqui da região... Minha cabeça parecia que queria partir-se ao meio... Eu não conseguia pensar em nada... Em nada mesmo...
Por onde eu estava caminhando, eu tinha que passar no meio de um grupo de vendedores ambulantes... Normalmente eu não passo no meio deles para evitar que tentem me “empurrar” coisas. Mas hoje eu não estava nem aí para isso e segui em frente. Quando eu já estava bem no meio deles, percebi que alguém se aproximou de mim e que falou algo que eu não entendi. Continuei andando e ele tornou a falar comigo, desta vez eu consegui entender o que ele dizia. Ele me perguntou se eu me incomodava em dar atenção a um aidético por um minuto.
No mesmo instante eu parei e olhei para o rosto dele. Ele usava uma máscara descartável (aquelas “de médico”...). Eu fiquei ali parada olhando nos olhos dele. Mas ele não podia ver os meus olhos por causa do óculos de sol.
Mesmo com a dor de cabeça, com o sol e o risco de “cair dura” por causa da fotofobia, eu tirei o óculos. Segurei na mão dele que tinha algumas coisas que ele parecia querer vender, olhei novamente dentro de seus olhos e disse:
- Não, eu não me incomodo em dar atenção a você. O que você deseja?
Ele baixou os olhos e ficou ali parado olhando para minha mão que estava sobre a dele e não dizia absolutamente nada.
Eu tornei a perguntar o que ele queria.
O ambulante tornou levantar seus olhos, quando então eu pude perceber que eles estavam cheios de lágrimas e ele disse:
Eh... Estou vendo que a senhora não se incomoda mesmo em dar atenção a mim.
Então eu perguntei: - E por que eu me incomodaria?
Ele não disse o por que... Mas afastou-se e disse:
- A senhora tem luz nos olhos e no coração... Que Deus lhe abençoe!
E eu pensei comigo: ...Se ele soubesse a minha relação com o Deus...
Ele continuou se afastando e dizendo aquelas coisas cada vez mais alto como se quisesse que todos ali escutassem.
Eu sorri para ele e continuei a caminhar.
Até agora estou pensando naquele homem... Não só nele, mas nas pessoas que são excluídas ou mesmo repelidas pela ignorância da nossa sociedade hipócrita e demagoga.
Bjs
Fui para o centro comercial aqui da região... Minha cabeça parecia que queria partir-se ao meio... Eu não conseguia pensar em nada... Em nada mesmo...
Por onde eu estava caminhando, eu tinha que passar no meio de um grupo de vendedores ambulantes... Normalmente eu não passo no meio deles para evitar que tentem me “empurrar” coisas. Mas hoje eu não estava nem aí para isso e segui em frente. Quando eu já estava bem no meio deles, percebi que alguém se aproximou de mim e que falou algo que eu não entendi. Continuei andando e ele tornou a falar comigo, desta vez eu consegui entender o que ele dizia. Ele me perguntou se eu me incomodava em dar atenção a um aidético por um minuto.
No mesmo instante eu parei e olhei para o rosto dele. Ele usava uma máscara descartável (aquelas “de médico”...). Eu fiquei ali parada olhando nos olhos dele. Mas ele não podia ver os meus olhos por causa do óculos de sol.
Mesmo com a dor de cabeça, com o sol e o risco de “cair dura” por causa da fotofobia, eu tirei o óculos. Segurei na mão dele que tinha algumas coisas que ele parecia querer vender, olhei novamente dentro de seus olhos e disse:
- Não, eu não me incomodo em dar atenção a você. O que você deseja?
Ele baixou os olhos e ficou ali parado olhando para minha mão que estava sobre a dele e não dizia absolutamente nada.
Eu tornei a perguntar o que ele queria.
O ambulante tornou levantar seus olhos, quando então eu pude perceber que eles estavam cheios de lágrimas e ele disse:
Eh... Estou vendo que a senhora não se incomoda mesmo em dar atenção a mim.
Então eu perguntei: - E por que eu me incomodaria?
Ele não disse o por que... Mas afastou-se e disse:
- A senhora tem luz nos olhos e no coração... Que Deus lhe abençoe!
E eu pensei comigo: ...Se ele soubesse a minha relação com o Deus...
Ele continuou se afastando e dizendo aquelas coisas cada vez mais alto como se quisesse que todos ali escutassem.
Eu sorri para ele e continuei a caminhar.
Até agora estou pensando naquele homem... Não só nele, mas nas pessoas que são excluídas ou mesmo repelidas pela ignorância da nossa sociedade hipócrita e demagoga.
Bjs
2 comentários:
Para muitos pode parecer um simples fato... Mas para ele principalmente, deve ter sido a coisa mais importante que lhe aconteceu em muitos e muitos anos....
Às vezes fechamos os nossos olhos com tanto receio e preconceito que acabamos deixando passar despercebido o sentimento de outra pessoa.
Sabe... talvez esse acontecimento tenha mudado um pouco a vida dele... colocado (nem que seja um pouquinho) de esperança e alegria nos seus dias... Só de pensar que não somos todos iguais nisso de só olhar para o q nos afeta...
Vivemos num mundo de promessas, que nunca serão cumpridas...
mas para alguns, infelizmente é reconfortante acreditar em umas poucas palavras feitas para nos enganar... Talvez eles até saibam da verdade... Mas seria "difícil" demais se preocupar com outra pessoa....
É muita sujeira o que eles fazem....
A gratidão é um dos melhores sentimentos tanto para quem sente, quanto para quem recebe. Se as pessoas experimentassem, praticariam mais ações como essa.
Comando interno bom esse. Saia e abençoe alguém com a sua atenção!
Muito bom, gostei!
Sil, contar essa história é mostrar o que soma à nossa realidade atos simples e despojados.
Um momento eterno nos registros de quem teve a sorte de ler.
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