28.9.05

Aprenda a chamar a polícia...


Falando em desarmamento...

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.

Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham la de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.

Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia e informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:
- Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12 que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate , uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
- Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Eu respondi:
- Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

Luís Fernando Veríssimo

Enviada por Luciano D. Frugoni por e-mail

22.9.05

Empurrem sua vaquinha...



Um sábio passeava na floresta com seu discípulo. Avistou uma casinha pobre, aos pedaços. Nela moravam um casal e três filhos – todos mal vestidos, sujos, magros e aparentando subnutrição.
O sábio pergunta ao pai da família:
- Como vocês sobrevivem? Não vejo horta alguma. Não vejo plantação alguma. Não vejo animais.

O pai respondeu:
- Nós temos uma vaquinha que nos dá alguns litros de leite por dia. Uma parte nós tomamos e a outra nós trocamos na cidade vizinha por alimentos e roupas e assim vamos vivendo...

O sábio agradeceu e saiu novamente pelo caminho. Logo em seguida, o sábio avistou uma vaquinha e ordenou ao seu discípulo:
- Puxe aquela vaquinha até o precipício e a empurre abaixo!

Mesmo sem compreender a ordem o discípulo a cumpriu e empurrou a vaquinha no precipício e ficou pensando na maldade do sábio em mandar matar a única fonte de subsistência daquela família. Aquilo não saiu da cabeça do discípulo por muitos anos.

Alguns anos depois, passando pela mesma região, o lembrou-se daquela família e do episódio da vaquinha. Resolveu voltar àquela casinha e ... Surpresa!!! No lugar da pobre casinha havia uma bela casa. Um pomar ao redor. Várias cabeças de gado. Um trator novo. Na porta da casa avistou o mesmo pai – agora bem vestido, limpo e saudável. Logo apareceram a mulher e os três filhos – todos bonitos e aparentando saúde e felicidade.

Quando o discípulo perguntou a razão de tanta mudança nesses últimos anos, o pai da família respondeu:
- A gente tinha uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Sem a vaquinha a gente teve que se virar e fazer outras coisas que nunca tínhamos feito. Começamos a plantar, criar animais, usar a nossa cabeça para sobreviver e daí a gente viu que era capaz de fazer coisas que nunca tínhamos imaginado e de conseguir coisas que a gente achava impossível porque nunca tínhamos tentado fazer. Sem a vaquinha, fomos a luta e só tínhamos essa alternativa – lutar para vencer.

Em muitos casos, será que não estamos esperando empurrarem a nossa vaquinha para prosperarmos em nossa vida?

Autor Desconhecido

17.9.05

Eu tive um sonho...


Por: Luciano Carvalho

Estamos no ano de 2015. Eliana, uma jovem engenheira, mantém uma entrevista com Jonas, engenheiro-sênior, uma lenda viva em sua especialidade. Eliana apesar de jovem, foi graduada por uma das melhores escolas de engenharia do mundo - o ensino de sua época tornou-se globalizado - possui ainda, título de mestre em síntese de materiais e de doutorado na mesma área. Tudo que ela esperava era por uma oportunidade de trabalhar em seu campo de especialização, colocando em prática o embasamento teórico, conseguido através de investimentos pessoais bastantes relevantes.

Sabedora de suas qualificações, ela acreditava que conseguir este trabalho, era uma tarefa com grande probabilidade de êxito. Sentia-se particularmente satisfeita em poder trabalhar com Jonas, seu ex-professor e mentor. Esta convivência anterior permitiu fluir de ambos uma sinergia imediata.

O olhar de Jonas, como para uma filha, era de admiração por sua ex-aluna, ainda porque, Eliana era filha de Marcos, um colega de trabalho e amigo, que resolvera dar volta ao mundo a bordo de um veleiro e viver por tempo indeterminado deste modo.

Ao ver aquela menina dissertar sobre teorias, sobre seus descobrimentos, sobre o seu encantamento geral, o fez relembrar do seu próprio deslumbramento, de quando ainda era jovem e havia ingressado aqui na organização. Mas algo que ela disse, particularmente prendeu a atenção de Jonas, quebrou-se de momento a barreira do tempo, fazendo-o voltar ao passado e reviver os momentos iniciais de sua vida profissional.

Eliana havia comentado que seu pai, mesmo sendo um grande entusiasta do próprio trabalho, não teria passado para ela a exata sensação do que isto representava, mais, o que era a instituição. Ela dissertava sobre a empresa e suas instalações impecáveis, sobre a divisão organizacional inovadora, sobre a tecnologia de ponta utilizada, sobre a produtividade e motivação de todos.

Enfatizou a atenção que a organização dedicava as pessoas, estando isto impresso física e culturalmente em tudo. Também sobre o modo de como foi recepcionada pelos profissionais, alguns velhos conhecidos de seu pai e outros não. Parecia haver uma cumplicidade de todos para que ela se sentisse parte deste todo.

Jonas ouvia muito atentamente o que lhe era narrado, e, num universo paralelo reviu todo o processo que levou a organização à este estado sinérgico atual. Lembrou que tudo nem sempre foi assim. No início a empresa muito jovem ainda, como a maioria das pessoas que nela trabalhavam, carecia de experiência e transbordava energia. Ela nascera e existia em função de um grande desafio tecnológico atrelado a um contrato vital.

O entusiasmo e o ego das pessoas, por sentirem-se competentes e capazes de sobreviver àquele desafio, às vezes, afastavam-nas de outras coisas tão quanto importantes dentro de uma organização social. Não que aquela visão imediatista estivesse certa ou errada, pode ser até que para o momento, fosse a única escolha, considerando o caráter de urgência e a incerteza intrínseca dos projetos.

Por que as pessoas conviviam de forma latente com pressões de variadas origens, o clima organizacional foi se tornando tenso, carregado de pequenos descontentamentos e decepções, fazendo com que elas se sentissem sozinhas e tivessem a percepção de que em última estância só poderiam contar consigo mesmas.
O que pode parecer ser inicialmente um contra-senso, graças a algumas perdas importantes, esta situação foi aos poucos sendo percebida pelas pessoas, que ao olharem para trás, perguntaram-se:

- O que estamos fazendo com as nossas vidas?
Por que este modo de vida, não fazia parte da expectativa inicial de ninguém.

Então porque não mudar? Então porque não empregar energia para reverter esta situação? Algumas respostas para estas perguntas foram: Por que não tenho tempo; por que não sou especialistas nisto; por que o problema não é meu, além do mais este estado faz parte deste tipo de negócio; por que pretendo mudar de emprego... Uma coleção de motivos rapidamente apareceu.

E até o despertar de todos, uma outra coleção se formou, a de perdas acumuladas. A situação ficou de certa forma insustentável. Por isso, reuniram-se pessoas em torno da busca por soluções para o problema. E ele foi sendo delineado e resolvido, ponto-a-ponto, fato-a-fato, dia-a-dia, como parte de um grande plano para o encontro com uma realização maior.

E o tempo passou, assim como desafios, contratempos e vitórias, mas pessoas e bons momentos ficaram na lembrança e na vida de todos. Estas pessoas pouco se aperceberam das mudanças, por que foi um processo evolutivo, por que foi pelo amadurecimento.

Graças a elas hoje existe esta realidade. Por que ousaram questionar, distinguir o que era verdadeiramente importante em suas vidas e partir em busca da realização de seus sonhos.

*Eu tive um sonho... Martin Luther King foi autor da frase, que deu o título a esta ficção

Realize sua própria experiência passo a passo:

1º Passo: Sozinho exercite sua opção sobre a visão do seu futuro.
Descreva sua visão ou faça uma simples lista daquilo que você gostaria de experimentar no futuro;
Descreva sua realidade atual ou faça uma simples lista daquilo que você não gosta ou não faz parte de sua visão de futuro;
Descreva um plano simples para atingir sua visão e eliminar aquilo que você prefere que não permaneça em sua realidade.
2º Passo: Repita o passo anterior, junto com os seus parceiros.
3º Passo: Compartilhe sua visão primeiro com as pessoas chaves, depois com as demais pessoas envolvidas.
4º Passo: Comprometa-se com sua visão e inicie sua jornada.
Lembrete: Aquilo que você percebe hoje, advêm de escolhas que você fez ontem, assim como amanhã você experimentará os frutos de suas escolhas atuais.

Eventuais obstáculos, como dádivas, existem somente para valorizar suas conquistas.
Luciano Carvalho
Consultor de Empresas
lucianofc@uol.com.br

16.9.05

O Falcão

O Falcão que caiu do Céu

Como um pássaro que cai ao chão
Jogo em teus braços minha vida
Que pra sempre me protegerão
Guiando-me à luz da saída

Queremos sempre amigos por perto
Que querem sempre o melhor para nós
Nos guiarão por esse caminho incerto
Mesmo que tenham que falar sem voz

Essa sincera verdade que pode machucar
Atormenta-me todo dia ao acordar
Sem esperança de um dia voltar
Vou te seguir sem nunca hesitar

Não tem mais suas asas para voar
Mas nessas estradas ainda pode caminhar
Não precisa ter medo de continuar
Parado, imóvel, ao seu lado sempre irei estar.

Altieres Rohr

7.9.05

Equipes Virtuais

O que é uma equipe virtual? O que a diferencia das outras equipes? Que competências são essenciais para atuarmos numa equipe virtual? Que conceitos e hábitos foram radicalmente transformados? O que permanece como nas outras equipes?

Virtual, etimologicamente, é " o que existe como faculdade porém sem exercício ou efeito atual". Virtual é quase real.

Entendemos como Empresa Virtual aquela que não precisa estar em lugar nenhum mas está em todos os lugares. As equipes virtuais transmitem e recebem informações entre locais distantes através do uso intensivo da Tecnologia da Informação.

O trabalho virtual muda profundamente hábitos arraigados de trabalho em equipe.

Uma equipe é definida como um grupo de pessoas que tem um objetivo comum. Para ter sucesso a equipe precisa ter coesão, dinamismo, comunicar-se bem e boa liderança.

O que trazem de novo as equipes virtuais?
A grande novidade das equipes virtuais é a mudança radical nos conceitos de espaço e tempo. Onde é minha mesa? Qual é minha sala? Onde estão meus colegas? Sento perto de quem? Qual é a cadeira do chefe? Quando vamos nos reunir? Quando precisamos dar a resposta? Quanto tempo temos para decidir? Quem fala primeiro? Todas essas inquietações vão por água abaixo nas equipes virtuais.

As equipes virtuais vivenciam a experiência de não estar fisicamente juntos no local de trabalho enquanto as tarefas são realizadas. Pode ser que as pessoas nunca cheguem a se conhecer pessoalmente.

Seja um trabalho rotineiro ou que exija criatividade, os esforços individuais aparecem espalhados geograficamente e nem sempre trazendo clareza do tamanho da equipe.

A velocidade de respostas surge como exigência de competências essenciais para o trabalho virtual. O gerundio. Tempo verbal muito usado para desculpas ("Estamos providenciando") agora precisa ser usado em tempo real.

Quando falamos em equipes virtuais podemos estar nos referindo ao relacionamento empresa-cliente, empresa-regionais, empresa-fornecedores/prestadores de serviço ou empresa-funcionários.

O trabalho virtual muitas vezes resgata um sonho antigo de trabalhar em casa, perseguido por alguns e rejeitado por outros.

No meu entender as equipes virtuais resgatam um hábito antigo das conversas, do diálogo fluido nem sempre eficaz nas famosas reuniões de trabalho e no cotidiano das paredes das organizações.

Compartilhar idéias ganha força real no mundo virtual.

No trabalho virtual a hierarquia perde força aparecendo em seu lugar a organização informal e seu impacto no cotidiano. O poder informal sempre teve influencia forte no desempenho das organizações e era mal utilizada. Nas equipes virtuais esse poder emerge das mais diferentes formas seja pelo senso de humor, pela espontaneidade, pela resposta imediata ou pela empatia na solução conjunta dos problemas.

A comunicação informal não escoa para as fofocas e nem se perde nos tijolos da empresa mas torna-se canalizada para o foco nos resultados.

Não há tempo para simpatias ou antipatias!

Parece que o mito dos Três Mosqueteiros :Um por todos ,todos por um, torna-se uma realidade, no mundo virtual , sem fronteiras e sem capa e espada...

Lúcia Guimarães Monteiro
Consultora em RH, Diretora da Visão Consultoria, MBA em Gestão Estratégica e
Especialista em Psicologia do Trabalho pela FGV-RJ.
luciagmonteiro@oi.com.br